segunda-feira, julho 20, 2009

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O GESTAR II por Alexandra Espindola

Descrédito. Há muitos anos, vem-se perguntando o que aconteceu com a educação. Desvalorização do profissional, descaso e desrespeito com o professor, entre outros fatores, fizeram com que a escola passasse a se tornar apenas um lugar onde os alunos se mantêm ocupados e fora das ruas por um período. Todas essas questões vem sendo discutidas por sociólogos, psicólogos e pedagogos, mas o que pouco se ocupam é da formação do professor e quais são as reais condições de como ele está indo para a sala de aula. Curso de magistério, graduação, pós-graduação não estão preparando os estudantes para a prática da docência. Talvez seja esse o maior problema que estamos enfrentando, pois não estamos aptos a ensinar os conteúdos (isso porque pouco os sabemos) e como ensinar, ou seja, não sabemos qual metodologia é eficaz para alcançar nossos alunos. Livro didático, fragmentos, giz, lousa, falta de apoio; resultado: descrédito. Contudo, uma possibilidade está-nos sendo dada este ano pelo Gestar II, cujo objetivo é fazer com que seja retirado o prefixo da palavra descrédito para que voltemos a dar crédito ao nosso trabalho, pois é nesse curso que temos a chance de aprendermos os conteúdos específicos da nossa área e, o mais significativo, levar isso à escola, fazendo com que teoria e prática comunguem de um só intento: aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem. Além disso, a troca de experiências entre professores e instrutor nos abre possibilidades várias, o que não encontramos algures.
Nessa primeira parte do curso, já podemos perceber resultados significativos nas produções dos alunos, que nos apresentaram como resposta textos mais argumentativos, coerentes, claros e coesos. Obviamente não temos os cadernos do curso como bíblias a serem seguidas em todas as suas particularidades, pois seria ingenuidade pensarmos que um material daria conta de resolver nossos problemas. Como nos livros didáticos, estamos selecionando as atividades que possam contribuir com nossa prática e descartando aquelas que não consideramos relevantes. Essa também é a função do professor: saber analisar criticamente o que é importante para que os alunos possam desenvolver suas capacidades linguísticas.
É importante destacarmos que os materiais do Gestar II apresentam uma maneira inovadora de trabalhar os conteúdos, trazendo diversidade de gêneros textuais e atividades que exigem interpretação e não somente coleta de dados dos textos. Além disso, podemos observar que os estudos gramaticais são trabalhados como auxiliares nas produções, ou seja, a gramática não é objeto de estudo, mas ferramenta de apoio.
A seguir, apresentaremos algumas sequências didáticas, relatórios das aulas e atividades produzidas pelos alunos, resultado dos nossos encontros semanais e nossa prática em sala de aula. Temos a esperança de que esses estudos possam fazer com que o trabalho da escola volte a ganhar crédito.