segunda-feira, julho 20, 2009

Sequência didática e relato do avançando na prática - Biografia por Joice Porto

Objetivo: Reconhecer as características e tipos de informações que constituem uma biografia;

Descrição:

1 - Ler diferentes biografias de Carlos Drummond de Andrade, de Miguel de Cervantes e outros autores que estão no livro didático.
2 - Refletir a partir do conhecimento prévio dos alunos, como pode ser chamado os tipos de textos lidos.
3 - Analisar as biografias para que os alunos identifiquem que tipos de informações constituem o texto biográfico e anotá-las no quadro.
4 - Propor que escrevam sua própria biografia, na terceira pessoa, como foi feita a de Carlos Drummond de Andrade e dos outros autores estudados.
5 - Sugerir que sentem em dupla a fim de analisarem seus textos para ver se os textos seguem as características da biografia.

Materiais necessários: diferentes biografias de Carlos Drummond de Andrade, De Miguel de Cervantes (folha xerocada); quadro; giz;


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Mineiro de Itabira (onde nasceu em outubro de 1902), quando garoto gostava de ver os grandes vasos cheios de água verde, vermelha, dourada, que decoravam as farmácias naquele tempo. Talvez por isso, tirou o diploma de farmacêutico, depois de um curso de três anos, mas nunca voltou `escola para procurá-lo. Sua vocação não era essa. Era ser escritor. Como, porém, viver de literatura? Então começou a trabalhar como jornalista e funcionário público, a princípio em Belo Horizonte, e finalmente no Rio de Janeiro. Nos intervalos, escrevia poemas e histórias. Hoje são 23 os seus livros publicados, sendo 13 de poesia, 9 de crônicas e 1 de contos. Há traduções de suas obras editadas na Argentina, Chile, Peru, Cuba, Estados Unidos,. Portugal, Espanha, França, Alemanha, Tchecoslováquia e Suécia.
Filho e neto de fazendeiros, não gostava da vida na roça, e sentia não ter sabido aproveitar a oportunidade de convívio com a natureza, entre o cafezal e o gado de seu pai, mas se considerava um “fazendeiro do ar”, título que deu a um de seus livros de poesia.
Ele não era visto em reuniões sociais, nem era lá de grandes conversas, a não ser com os amigos mais chegados. Reservava sua ternura pra as crianças e os bichos de toda espécie, e procurava estar atento à renovação do mundo na linguagem, nos costumes e nas esperanças do ser humano. Faleceu no Rio de Janeiro em 1987. (TP 3- Gestar II)

Carlos Drummond de Andrade (Itabira do Mato Dentro [Itabira] MG, 1902 - Rio de Janeiro RJ, 1987) formou-se em Farmácia, em 1925; no mesmo ano, fundava, com Emílio Moura e outros escritores mineiros, o periódico modernista A Revista. Em 1934 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde assumiu o cargo de chefe de gabinete de Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Saúde, que ocuparia até 1945. Durante esse período, colaborou, como jornalista literário, para vários periódicos, principalmente o Correio da Manhã. Nos anos de 1950, passaria a dedicar-se cada vez mais integralmente à produção literária, publicando poesia, contos, crônicas, literatura infantil e traduções. Entre suas principais obras poéticas estão os livros Alguma Poesia (1930), Sentimento do Mundo (1940), A Rosa do Povo (1945), Claro Enigma (1951), Poemas (1959), Lição de Coisas (1962), Boitempo (1968), Corpo (1984), além dos póstumos Poesia Errante (1988), Poesia e Prosa (1992) e Farewell (1996). Drummond produziu uma das obras mais significativas da poesia brasileira do século XX. Forte criador de imagens, sua obra tematiza a vida e os acontecimentos do mundo a partir dos problemas pessoais, em versos que ora focalizam o indivíduo, a terra natal, a família e os amigos, ora os embates sociais, o questionamento da existência, e a própria poesia. (www.astormentas.com.br)

Carlos Drummond de Andrade - Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. Durante a maior parte da vida foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguido até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. [1]Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas. (www.wikipedia.org/wiki/carlos_Drummond_de_Andrade)

Miguel de Cervantes - Romancista, dramaturgo e poeta espanhol, foi o criador de Dom Quixote, a figura mais famosa da literatura espanhola. Revolucionou a literatura ao utilizar recursos como a ironia e o humor. Embora a reputação de Cervantes se apoie quase que totalmente nas aventuras do cavaleiro das ilusões, Dom Quixote e seu fiel escudeiro, sua produção literária foi considerável. Miguel de Cervantes nasceu em Alcalá de Henares, uma cidade perto de Madri, em uma família da baixa nobreza. Seu pai era médico e passou a maior parte de sua infância se mudando de uma cidade à outra, enquanto seu pai procurava por emprego. Após estudar em Madri (1568-1569), foi para Roma a serviço de Guilio Acquavita. Em 1570 se tornou soldado, participando na batalha de Lepanto (1571), durante a batalha foi ferido na mão, o que o deixou aleijado da mão esquerda. Cervantes teve muito orgulho da sua participação na famosa vitória e do apelido que ganhou, el manco de Lepanto. Em 1575, partiu com seu irmão Rodrigo, na embarcação El Sol, para a Espanha. O navio foi capturado pelos turcos e os irmãos levados para Algers como escravos. Cervantes passou 5 anos como escravo, até que sua família conseguiu juntar dinheiro suficiente para pagar seu dono. Cervantes foi então liberado em 1580. Em 1584 se casou com a jovem Catalina de Salazar y Palacios. Durante os próximos 20 anos levou uma vida nômade, trabalhando também como coletor de impostos. Foi a falência e preso pelo menos duas vezes (1597 e 1602) por irregularidades fiscais. Entre os anos de 1596 e 1600 viveu primeiramente em Sevilha. Em 1606 se estabeleceu em Madri, onde permaneceu até o resto de sua vida. Além do romance Dom Quixote, escrito em duas partes (1605-1615), escreveu Calatea (1585), Novelas exemplares (1613), Viagem ao Parnaso (1614) e Os trabalhos de Persiles e Segismunda (1617). Morreu em 23 de abril de 1616. (http://www.ufrgs.br/proin/versao_1/autores2/index16.htm)

Escola: Escola Básica Municipal Nossa Senhora de Fátima
Turma: 6ª série (regular)
Nº de alunos: 21
Professora: Joice Porto
Duração: 3 aulas de 45 minutos
Período: matutino


Relato


Como estávamos analisando um trecho da obra “Don Quixote” de Miguel Cervantes e também já havíamos analisado o texto “A doida” de Carlos Drummond de Andrade, levei para a sala diferentes biografias dos autores.
Primeiro, foi feita pelos alunos, em voz alta, a leitura de três diferentes biografias de Carlos Drummond de Andrade, duas biografias de Cervantes e outros textos biográficos que estavam no livro didático.
Depois da leitura, comecei a fazer um levantamento do conhecimento prévio que os alunos tinham em relação aos textos, fazendo as seguintes perguntas: Como se constituem os textos? Quais as semelhanças e diferenças? Quais as informações que trazem? Qual a finalidade?
Após refletirmos um pouco, escrevi no quadro uma receita e um bilhete. Perguntei qual era a diferença entre estes gêneros e a biografia? E como podíamos chamar cada um deles?
Os alunos tiveram dificuldades para denominar o gênero biografia, já os outros gêneros foram rapidamente reconhecidos.
Após algumas hipóteses, uma aluna disse que se tratava de uma bibliografia. Expliquei o que significava bibliografia, pegando, como exemplo, a última página do livro didático.
Só então, outro aluno disse que os textos lidos podiam ser classificados como biografias.
Identificadas as informações que constituem um texto biográfico, analisamos o tempo e a pessoa verbal que apareciam nos textos.
Feito isto, como avaliação final, pedi que os alunos fizessem sua própria biografia, ou seja, uma autobiografia, que devia ser entregue na aula seguinte.
Como só temos aulas duas vezes por semana, a dificuldade encontrada foi dar continuidade à análise e reescritura das biografias. Isto é, na aula seguinte (quinta-feira), os alunos fizeram um passeio de trem na Beira-mar de São José (município vizinho) e na outra aula (segunda-feira) foi o dia da avaliação de recuperação bimestral.
Só dez dias depois, é podemos retomar a aula. Nesta aula os alunos sentaram em dupla, trocaram as biografias entre si, analisaram e apontaram o que tinha que ser melhorado (isso foi feito sob a minha orientação).
Durante toda a atividade pude observar uma participação efetiva dos alunos, principalmente, na oralidade e na produção de texto.