quinta-feira, agosto 27, 2009

Sequência didática por Maria Joelma Dias, Camila e Márcia Reffatti



Encontro de Língua Portuguesa


Preparamos uma seqüência didática para, aproximadamente, 15 aulas.


Grupo: Márcia Reffatti, Karizy, Camila e Joelma


Série: 5ª do ensino regular


Tema: a fábula da cigarra e a formiga por La Fontaine e Monteiro Lobato

1º passo: ler / narrar a fábula, original de La Fontaine, para a turma e procurar entender o tempo e espaço em que ocorre a história e entende-la.

2º passo: pedir aos alunos que escrevam a fábula que ouviram em seus cadernos.

3º passo: produzir com os alunos um texto coletivo sobre a fábula (respeitando sua maneira de escrever e sua ortografia). Escrever o texto em papel pardo, deixá-lo na sala para utilização nas próximas etapas.

4º passo: revisão do texto, por partes: primeiro a ortografia, depois a acentuação e por fim a parte de coesão e coerência do texto. (Esta parte leva aproximadamente 5 aulas.)

5º passo: retextualização: ou seja, reescrever o texto com as devidas alterações e comparar com o primeiro texto produzido pela turma, verificando as diferenças entre eles e no que essas diferenças implicam.

6º passo: Criar um novo final para a fábula.

7º passo: socializar estes novos textos.

8º passo: apresentar a versão da fábula dada por Monteiro Lobato, onde há a formiga má e a formiga boa.

9º passo: avaliar o trabalho realizado.

Obs. Segue em anexo cópias dos textos produzidos individualmente e coletivamente pelos alunos da 5ª T-1 – CAIC e ainda das avaliações realizadas por eles.

Avaliação


O trabalho foi longo, e alguns alunos reclamaram da duração ou ainda de reescrever o texto a cada mudança. Para outros, no entanto, foi muito prazeroso, faziam as alterações e queriam saber o próximo passo, sempre empolgados com a forma de trabalhar.

Tenho gostado, cada vez mais, desta forma de trabalho proposta pelo Gestar – II .

Sequência didática por Maria Joelma Dias - GESTAR II



Objetivo
Fazer com que os alunos percebam que há momentos que podemos fazer uso da linguagem informal, mas há situações que não são aceitas a linguagem informal e as gírias, e que é necessário ter conhecimentos de tanto da linguagem formal como da informal, para saber o que falar, onde e como falar.

1º passo
Fazer uma sondagem sobre o que eles entendem por gírias, se usam gírias, como e quando.

2º passo
Dar a definição de gíria de acordo o dicionário.

3º passo
Ler o texto com as entrevistas da folhinha sobre o uso de gírias no cotidiano.

4º passo
Reunir os alunos em duplas e pedir que conversem sobre o uso de gírias.

5º passo
Em grupos de 4 alunos, pedir que elaborem uma pequena entrevista com 5 perguntas sobre o uso de gírias.

6º passo
Depois de feitas as perguntas deverão ser trocadas, entre os grupos formados, e deverão ser respondidas por escrito.

7º passo
Ao finalizar as respostas, as perguntas respondidas serão devolvidas ao grupo que as criou para que os componentes possam ler as respostas, analisar e pedir explicações sobre elas, se necessário.

8º passo
Depois do bate-papo da revisão, as perguntas respondidas voltam ao grupo que as respondeu e este deverá reescrever suas respostas.

9º passo
Na etapa de edição, os alunos transcrevem para uma cartolina as perguntas e respostas correspondentes, como foi feito na entrevista da folhinha.

10º passo
Todos apresentam para o resto da sala.

11º passo
Apresentar aos alunos novos textos com uso de gírias atuais e antigas e observar o que mudou em termos de sentido (conotação).

12º passo
Concluir a aula com a síntese do que foi feito.

Sugestões práticas:
Fazer um “girionário”, dicionário de gírias, colocando o significado e situações de uso, utilizando gírias atuais e antigas.

Fazer um texto narrativo ou utilizando gírias.

Criar em sala de aula, em dupla ou grupo, um diálogo com uso de gírias para apresentação na escola.

ANEXO

A GÍRIA É A CULTUIRA DO POVO – BEZERRA DA SILVA

Toda hora tem gíria no asfalto e no morro
porque ela é a cultura do povo

Pisou na bola conversa fiada malandragem
Mala sem alça é o rodo, tá de sacanagem
Tá trincado é aquilo, se toca vacilão
Tá de bom tamanho, otário fanfarrão

Tremeu na base, coisa ruim não é mole não
Tá boiando de marola, é o terror alemão
Responsa catuca é o bonde, é cerol
Tô na bola corujão vão fechar seu paletó

"Toda hora tem gíria...

Se liga no papo, maluco, é o terror
Bota fé compadre, tá limpo, demorou
Sai voado, sente firmeza, tá tranquilo
Parei contigo, contexto, baranga, é aquilo

Tá ligado na fita, tá sarado
Deu bode, deu mole qualé, vacilou
Tô na área, tá de bob, tá bolado
Babou a parada, mulher de tromba, sujou

"Toda hora tem gíria...

Sangue bom tem conceito, malandro e o cara aí
Vê me erra boiola, boca de sirí
Pagou mico, fala sério, tô te filmando
É ruim hem! O bicho tá pegando

Não tem caô, papo reto, tá pegado
Tá no rango mané, tá lombrado
Caloteiro, carne de pescoço, paga pau
Tô legal de você sete-um, gbo, cara de pau

11 a 13 anos

FALA VÉIO: Forma de cumprimento;
FALÔ: Forma de expressar que entendeu determinado assunto;
CABEÇÃO: Pessoa que não entende as coisas;
FICAR: Beijar alguém sem estar namorando;

14 a 17 anos

TIPO ASSIM: Expressão utilizada antes de começar a se falar sobre alguma coisa;
EMBASSADO: Complicado;
O BIXO: Pessoa, amigo;
VÉIO: Modo de se referir a alguém;
TOSCA: Desligada;
PACABÁ!: Inacreditável;
ROLO, FICANTE: Envolvimento pessoal com alguém, sem muito compromisso;
CAT: Garoto bonito;
DEUS GREGO: Artista de TV lindo.

18 a 25 anos

SE LIGA! : Usada para dizer que determinada pessoa precisa prestar mais atenção;
VAMOS DAR UM ROLÉ: Usada para convidar alguém para dar uma volta, passear;
TÁ A FIM? : Quando se quer saber se outra pessoa concorda em fazer o que você propõe;
MARA: Maravilhoso;

30 a 60 anos

TIRAR ÁGUA DO JOELHO: Urinar;
A CHAPA VAI ESQUENTAR: Vai dar briga;
DAR BANHO NA MINHOCA: Pescar;
JOGAR UMA PELADA: Jogar bola;
BATER AS BOTAS: Morrer;
RALAR: Trabalhar;
CHUTAR O PAU DA BARRACA: Desistir de tudo.

70 a 80 anos

CORRER A BOCA PEQUENA: boato, fofoca se espalhando;
FAJUTO: Coisa que não presta, coisa estragada, falsificada;
BORRACHO: Bêbado;
BISONHO: Pessoa tímida, sem experiência;
ESTRONCHO: Que não tem capricho;
SUPIMPA: Algo ótimo, excelente;
BÓIA: Comida.